“Amor à Vida”: a novela que parece escrita por um moleque de 13 anos

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A novela “Amor à Vida” está chegando em sua fase final. A trama que tem boa parte dela se passando no hospital San Magno é uma história feita por e para adultos. Diferente da “Malhação” e “Além do Horizonte” que focam em público mais jovem, a trama da família Khouri seria para um público mais maduro, porém parece escrita por um moleque de 13 anos. Vem ver porque:

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Em um momento em que Felix assume a presidência do hospital e decide comprar novos jalecos para os enfermeiros e enfermeiras, mas as peças chegam nas cores rosa, lilás e salmão.. Daí, um grupo de pessoas se reúne para falar sobre a cor das roupas. Que rosa é para mulher e que o chefe fez isso porque ele é gay. Really? A cena é tão desnecessária, mas tão desnecessária, que nem nos corredores da escola de “Malhação” isso ocorre. Seria melhor apostar em uma cena com os jalecos em evidência, mas feitos com material barato que rasgam com facilidade. Isso elevaria a um ponto da trama com o objetivo de pontuar que o chefe desviou dinheiro e não afirmar que rosa é cor “de mulher”, “de gay”, etc.

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Outras cenas pra lá de desnecessárias eram os intermináveis insultos de Felix a sua secretária Magda, a qual ele se referia por cadela. Depois em um momento de vingança, quando o personagem perde o cargo na presidência, a secretária decide se vingar do ex-chefe e grita: “Passa, cachorro!”. Quanto anos eles têm?

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As diversas situações que Pérsefone passa por estar a cima do peso e os diálogos são tão surreais que parecem uma caricatura do que adolescentes falariam no pátio do colégio. Só que o bullying sofrido pela enfermeira é digno de hora do recreio. Frases ditas pelos corredores do hospital e pela família de Daniel, que casou com Pérsefone, são tão estereotipadas que beiram o vexame. Acho que a questão de uma personagem plus size poderia ser tratada com naturalidade, fazendo, sim, referência ao preconceito, e até com pessoas fazendo comentários maldosos (já que na vida real isso existe), mas não expor as coisas ao ridículo.

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Outro fato que causa preguiça e me faz pensar que um garoto de 13 anos escreve a novela são as sucessivas cenas no único motel da cidade. Patrícia e Michel voltam a se encontrar às escondidas, enquanto Guto e Sílvia decidem se conhecer melhor, fazendo assim uma troca de casais. Daí nada mais óbvio que eles irem para o mesmo motel onde só tem uma suíte master luxo e uma garrafa de champanhe francês. Nas primeiras duas vezes foi engraçado, depois da 23981094879ª, a situação perde a graça.