Em um mundo em que existem diversos aplicativos de mobilidade, parece que ter um carro não faz sentido. Porém, que tem um, não troca por nada! Assim, o primeiro automóvel é algo que te traz uma sensação de liberdade tão grande que até hoje lembro com carinho do Fiat Mille, que ganhei em 2002. Claro que os primeiros meios de transporte, depois do ônibus lotado voltando da faculdade, serão escolhidos entre carros usados, para muitas pessoas. Sem problemas, pois logo você cria afeição e coloca um nome na caranga, o meu era o Joaquim.
Com o meu próprio veículo, eu saia a hora que queria, ia da faculdade para o estágio, do estágio de volta para a faculdade (sim, estudava dois turnos). Aos fins de semana, chamava os amigos para irmos a uma festa, passear pela cidade ou curtir churrasco na casa de alguém. Era incrível, lembro até o hoje do cheirinho que ele tinha e o rádio de fita K7. Pois é, não sou tão velha, já existia CDs, mas como eu não tinha grana mantive o toca-fitas e gravei várias para ouvir enquanto dirigia no trânsito.
Até hoje, já passado dos 30 anos – há algum tempo -, eu nunca tive um zero km, sempre apostei em carros seminovos, que já vinham com uma trajetória e eu adicionava, além da quilometragem, muitas histórias. Algumas hilárias, já outras de perrengue! Quando meu Uninho foi arrombado, mas ainda bem que não levaram nada – lembra que o rádio era de fita.
Depois do Uno, foi a vez do Ford KA preto, que parecia um besourinho! Ele ficou comigo por mais tempo e veio de outro dono também. O KAzinho era porreta, fez viagens na estrada e se mudou comigo para o Rio de Janeiro quando fui para lá. Ele esteve em São Paulo, levou material de artistas, passeou bastante até ser vendido! Claro que eu só iria confiar o Besourinho a alguém conhecido e foi vendido para uma amiga da minha mãe. Por fim, veio o Vermelhinho, o Fiesta, também de segunda dona! Ele conheceu as ruas do Rio de Janeiro como ninguém. O carrinho morou no turístico bairro de Santa Teresa e por lá desviava dos trilhos do bonde e fazia as balizas mais apertadas do mundo. Mas confesso que dirigir pelas ruas cariocas era uma atividade que requer muito jogo de cintura e segurança no trânsito.
Então, seja sua escolha por um usado ou seminovo, saiba que a história que vem com ele vai somar aos inúmeros momentos em que vocês vão passar juntos. Ter um carro é uma escolha por liberdade, por poder cair na estrada a hora que quiser, por ter um bem que pelo qual se cria um carinho. Agora me deu uma vontade de planejar uma road trip.