Porque isso é a pauta da semana!
A terceira temporada de House of Cards chega ao Brasil em meio a crise econômica e política. A série é um sucesso por trazer os bastidores da Casa Branca e nos coloca em “contato” em como é feito o jogo de poder lá em Washington. Mas será que a realidade aqui no Brasil seria tão diferente?
Alguns grandes veículos de comunicação, Folha de São Paulo e Correio Braziliense, já fizeram os paralelos entre o esquema político lá da ficção e o que acontece aqui no Brasil.
No Correio parte da matéria foi a seguinte: “O cabo de guerra entre Executivo e Congresso Nacional potencializado na última semana em Brasília tem elementos que não devem em nada ao roteiro do drama político da série norte-americana House of Cards. A terceira temporada da novela de ficção traz o protagonista Frank Underwood, interpretado por Kevin Spacey, como presidente dos Estados Unidos passando por uma crise de impopularidade e tendo dificuldades para conquistar o apoio do próprio partido para a aprovação de projetos importantes. Na realidade brasileira, a presidente Dilma Rousseff enfrenta batalhas inglórias semelhantes. Depois de ter vencido a reeleição, a chefe de Estado vem encontrando obstáculos para ter a aceitação de seus projetos no parlamento, principalmente, pela insatisfação da base aliada”.
Já na Folha temos a seguinte abordagem: “A comparação mais óbvia de Frank Underwood, protagonista de “House of Cards”, com o cenário político brasileiro sempre foi com Eduardo Cunha (PMDB-FJ) (…) Pois na terceira temporada, quando chega à Casa Branca, no exato momento em que Cunha atinge a presidência da Câmara, Underwood passa a enfrentar dilemas que se aproximam mais do dia a dia de Dilma Rousseff que o do peemedebista”.
Assim, líder da câmara decide armar uma vingança pra chegar no topo do poder. Não, estamos falando de Brasil e sim do seriado. O que muitos esquecem é que a política tem diversas nuances, alianças, jogos de poder e lobby (aqui é proibido lobby, mas nos Estados Unidos existem pessoas pagas pra defender interesse de empresas e organizações perante aos partidos).
O que aprendemos com Frank Underwood? Para ele vale tudo para subir na esfera política e chegar ao topo. Se um personagem assim sem escrúpulos é retratado na televisão, o que podemos supor é que na vida real as coisas seriam mais brandas. No entanto, observando o quadro atual da política brasileira, em que diversos governantes aparecem envolvidos em escândalos de corrupção, parece que Underwood não esta tao longe de nós.
Além disso, algumas camadas da população insistem em que o impeachment da Presidente é a melhor solução, e agora não estamos falando de ficção. Se Frank conseguiu arquitetar todo um plano de golpe, mas que pareceu legítimo e depôs o chefe de Estado dos EUA, o que dizer das pessoas que vão as ruas e pedem a saída de um(a) governante democraticamente eleito(a)? Seria o House of Cards uma analise dos moldes dos governos dos países, mas maquiado como ficção?
Se no seriado torcemos pelo protagonista que não tem nada de mocinho, como vamos lidar com essa mesma esfera na vida real?